quinta-feira, 8 de julho de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Intensidade. É tudo que eu quero em 2010(cobrir).
Um brinde.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
domingo, 24 de agosto de 2008
A rotina perseguia Roberto como um cão persegue um gato. Acordava todo santo dia às 7:03 da manhã. Sentava, hesitava, levantava. Seu banho durava exatos vinte minutos, e fechava a torneira sempre com a mão direita. A gravata só era posta após o café-da-manhã, duas fatias de pão torrado e uma caneca pela metade de café. Antes de sair para o trabalho dava uma olhadela no quarto do filho, batia a porta e entrava no carro.
Roberto seguia sempre pela mesma avenida, olhando sempre à frente, com a mesma velocidade sempre. Ouvia sempre a mesma rádio, parava sempre nos mesmos semáforos, tamborilava sempre com dois dedos o volante do carro, e remexia sempre o porta-luvas, desinteressado. Balançava a cabeça para o velho de estacionamento, e dirigia-se pra mesma vaga de sempre, a qual não sabia sequer o número. Cumprimentava os colegas, a secretária, e se enclausurava no escritório, até o final do dia, quando todo o percurso seria metódica e inversamente refeito.
Era aparente para todos a estranheza do comportamento de Roberto. Uns diziam que ele não passava de um detalhista psicótico e obsessivo. Outros diziam que Roberto havia enlouquecido com a morte da mulher. Mas a verdade é que Roberto não era louco, e muito menos um detalhista psicótico e obsessivo. Agia de tal forma involuntariamente, alheio a qualquer sentimento e a qualquer noção de realidade. De fato não era louco.
Certo dia, Roberto acordou às 7:10. Levantou-se rapidamente e se apressou no banho para recuperar o tempo perdido. Uma das torradas acabou torrando demais e Roberto foi obrigado a comer apenas uma fatia de pão. No carro, notou que a avenida que sempre seguia tinha um parque, com uma grama verde e pássaros. Perguntava-se como não havia reparado antes. Percebeu como o velho do estacionamento tinha um rosto simpático e como os seus olhos azuis brilhavam. E que todas as pessoas respondiam ao seu bom-dia. Reparou como sua secretária sabia combinar os tons de roupas. E como era bela a vista do seu escritório. O seu azul brilhava.
Naquele dia Roberto se sentiu mais feliz.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Sobre os sonhos
Os bebês, por mais que não tenham conhecimento algum da vida, de alguma forma sonham com ela. Talvez os sonhos se resumam a imagens distorcidas de um mundo que não conhecem. Ou simplesmente sonham com as cores. As cores e seus movimentos, o que faz de seus sonhos algo agradavelmente puro. Quando criança, os sonhos variam. Aqueles mais preocupados com o futuro sonham em ser médicos, jogadores de futebol, veterinários. Outros sonham em conhecer o papai Noel, que a escola acabe logo ou que completem o álbum de figurinhas. As cores tomam forma, desvendando os traços da personalidade de cada um.
Na adolescência, os hormônios mexem com os sonhos e os sonhos mexem com os adolescentes. Os sonhos passam, então, a ser divididos entre os meninos e as meninas. As meninas sonham em ter um momento com o garoto que tanto gostam, sonham em ter um namorado e logo planos de uma vida eterna já são feitos. Os meninos sonham com videogames, carros e programas de computador. Ambos sonham com seus 18 anos, com a independência, com a aproximação de suas escolhas, se desligar dos pais e viver sua vida.
Com a maturidade, os sonhos focam-se na família e na carreira. Ser um profissional renomado, bem sucedido, com um carro e uma casa espaçosa, ganhar dinheiro e poder sustentar a família da melhor forma. Quando isso não se torna possível, a única solução aparente é sonhar com os números da megasena. Na velhice, os sonhos passam a ser mais modestos, mais tenros, mais sinceros: um fim de vida feliz, tranqüilo, aconchegante e simples.
O único problema dos sonhos, em bebês, crianças, jovens, adultos ou velhos, é que de repente se pode acordar.
sábado, 5 de julho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
A mesa, repleta de tudo. De tudo que é felicidade. Luz, cores, música. É festa na rua, é festa em casa. O gostinho de alegria misturado com o beiju quentinho. É descanso, é cansaço. É acordar tarde com as pessoas caminhando pela casa, falando com satisfação. O gostinho da satisfação misturado com canjica. É esquecer de tudo e esperar. É ser feliz. Ah, é sempre assim.
Boas festas juninas à todos.