terça-feira, 17 de junho de 2008


É sempre assim. A casa enche. Irmãos, cunhados, cunhadas, parentes. É muita conversa, muita risada, muita festa, sô. Um gostinho de feriado prolongado misturado com amendoim. Um gostinho de animação misturado com o milho assado na fogueira. Ah!, a fogueira! As bandeirolas, o colorido, o barulho do vento batendo nelas. O rodopiar da fumaça subindo no ar como um balão. A liberdade de um balão subindo no ar como fumaça. Os fogos de artifício. As quadrilhas sincronizadas batendo os pés no chão, as palmas no ar, as roupas farfalhando. O colorido. O gostinho do frio misturado com o bolo de aipim.

A mesa, repleta de tudo. De tudo que é felicidade. Luz, cores, música. É festa na rua, é festa em casa. O gostinho de alegria misturado com o beiju quentinho. É descanso, é cansaço. É acordar tarde com as pessoas caminhando pela casa, falando com satisfação. O gostinho da satisfação misturado com canjica. É esquecer de tudo e esperar. É ser feliz. Ah, é sempre assim.

Boas festas juninas à todos.

quinta-feira, 5 de junho de 2008


“... Foi quando ele percebeu que algo ali estava diferente. Não diferente e novo. Só diferente. Diferente do que era antes, sentiu que já deveria ter sentindo aquilo, mas agora parecia perceber que era forte de verdade. E não era novo, mas era novo por ser diferente e inesperado. Ele sabia que não era inesperado, mas não queria pensar nos motivos que o faziam pensar que era inesperado. Porque agora ele só queria pensar em uma coisa...

E agora já recomeçava a se perder em seus pensamentos e vagar por eles. Sentia-se triste, talvez revigorado. Tinha certeza que um filme ia se repetir com um novo desenrolar, mas com o mesmo enredo. E o final já era previsível. A sensação já era conhecida, parecia fazer muito tempo. Parecia ter sido esquecida. Era tudo misterioso. Era tudo esquisito. Era tudo de novo.”